terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

cidadania

“Se a educação sozinha não transformar a sociedade,sem ela tampouco a sociedade muda”.
Paulo Freire

“Produzir informação e alavancar conhecimento.
E disponibilizar um bem que não se deprecia e não se exaure pelo uso. “E manter acesa a luz que ilumina a escuridão e enfraquece as fronteiras da ignorância”.

Jose Antonio de Franca

O que é cidadania?
Lilian Albano
Ser cidadão é respeitar e participar das decisões da sociedade para melhorar suas vidas e a de outras pessoas.
Ser cidadão é nunca se esquecer das pessoas que mais necessitam.
A cidadania consiste desde o gesto de não jogar papel na rua, não pichar os muros, respeitar os sinais e placas, respeitar os mais velhos (assim como todas às outras pessoas), não destruir telefones públicos, saber dizer obrigado, desculpe, por favor e bom dia quando necessário... Até saber lidar com o abandono e a exclusão das pessoas necessitadas, o direito das crianças carentes e outros grandes problemas que enfrentamos em nosso país.
A cidadania não nos é dada, ela é construída e conquistada a partir da nossa capacidade de organização, participação e intervenção social.
A apropriação de seus direitos é uma busca que necessita de aprendizado e conquistas.
O cidadão deve ser participativo, ativo em sua comunidade, para fazer valer os seus direitos.

O que é cidadania?
Construir cidadania é também construir novas relações e consciências. A cidadania é algo que não se aprende com os livros, mas com a convivência, na vida social e pública.
É no convívio do dia-a-dia que exercitamos a nossa cidadania, através das relações que estabelecemos com os outros, com a coisa pública e o próprio meio ambiente. A cidadania deve ser perpassada por temáticas como a solidariedade, a democracia, os direitos humanos, a ecologia, a ética.

Saiba mais e divulgue:
www.institutocidadania.org.br
Constituição de 1988
Declaração Universal dos Direitos Humanos
Código de Defesa do Consumidor
Declaração Universal dos Direitos da Criança
ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Velhice

A velhice não torna um ser humano menos cidadão que outro, ou menos importante para a sociedade, a experiência galgada pela vivência é algo que não se aprende nos bancos universitários, algo que não se alcança com o vigor físico. Garantir dignidade aos idosos é ao menos tempo humanístico e egoístico. Humanístico porque a humanidade tem muito a aprender com eles e necessita de sua experiência e egoístico porque só assim poderemos garantir dignidade para nós mesmos, porque os sobreviventes à adolescência certamente irão tornar-se idosos e, é este nosso futuro.
Assim espero!

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Toque de um Anjo. (que pena que acabou a temporada...e não deu mais continuidade.., O seriado passava exemplos de boa conduta e de amor ao, próximo.


Toque de um anjo ("Touched by an Angel") é uma série de televisão americana (drama) que escreve crônicas sobre as missões de um grupo de anjos enviados por Deus. A série foi criada por John Masius e produzida por Martha Williamson. Foi orignalmente exibida pela CBS nos Estados Unidos e, posteriormente, pela Warner Channel em um total de 212 episódios em 9 temporadas.
As histórias giravam em torno de uma pessoa, ou grupo de pessoas, que chegam a uma encruzilhada em suas vidas com um grande problema pela frente ou decisão difícil a tomar. Em seguida, entram em cena os anjos, trazendo mensagens diretamente de Deus e as ajudando nos seus problemas. Mônica, como anjo principal, sempre está aprendendo a ajudar os seres humanos em suas necessidades e dúvidas.
Na estréia da série, a supervisora Tess (desempenhada pela cantora evagélica, atriz e pastora Della Reese) guia Monica (Roma Downey) em seu primeiro trabalho no caso em que ela poderia ser promovida como anjo a partir de sua participação em uma operação de busca e salvamento.

AA Alcoólicos anônimos

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Um Fragmento da História: A Origem dos Doze Passos
Bill W. - Julho de 1.953

                             
 


   Membros de AA vivem perguntando: “De onde surgiram os 12 Passos?”. Em última análise, talvez ninguém saiba. No entanto, alguns dos acontecimentos que levaram à sua formulação, estão tão claros para mim, como se tivessem acontecido ontem.
  No que se refere à sua origem humana, os principais canais de inspiração para os nossos Passos foram em número de três – os Grupos Oxford, o Dr. William D. Silkworth do Towns Hospital e o famoso psicologista William James, chamado por alguns de pai da psicologia moderna. A história de como estes canais de influência se encontraram e de como eles levaram a se escrever os nossos 12 Passos é excitante e em alguns aspectos inequívocos, inacreditável.
  Muitos de nós lembram-se dos Grupos Oxford como um movimento evangelizador que floresceu nos anos 20 e início dos 30, liderados por um ex-pastor luterano, Dr. Frank Buchman. Os Grupos Oxford daqueles tempos enfatizavam fortemente o trabalho pessoal de um membro com o outro. O décimo-segundo Passo de AA originou-se naquela prática vital. A espinha moral dos Grupos Oxford era honestidade absoluta, pureza absoluta, altruísmo absoluto e amor absoluto. Eles também praticavam um tipo de confissão, que eles chamavam de “compartilhamento”. A reparação por danos causados, eles chamavam de “restituição”. Eles acreditavam profundamente nos “tempos quietos” deles, uma meditação praticada tanto pelos grupos, como pelos indivíduos, na qual se buscava a orientação de Deus para cada detalhe de suas vidas, grandes ou pequenos.
  Estas idéias básicas não eram novas: elas poderiam ser encontradas em outros lugares. Mas para nós, primeiros alcoólicos a contatar os Grupos Oxford, a salvação foi que eles davam grande ênfase a estes princípios. Afortunadamente para nós, os membros do Grupo tomavam um cuidado muito especial em não interferir com a visão religiosa pessoal de cada um. A sociedade deles, como mais tarde também a nossa, via a necessidade de ser absolutamente independente de qualquer religião.
  No final do verão de 1934, meu grande amigo alcoólico e colega de escola Ebbie, envolveu-se com estas pessoas e imediatamente ficou sóbrio. Sendo um alcoólico, podemos dizer do tipo obstinado, ele não conseguiu “comprar” todas as idéias e atitudes do Grupo Oxford. No entanto, ele se comoveu pela profunda sinceridade deles e sentiu-se muito agradecido pelo fato de que seus ensinamentos tinham, na ocasião, suspendido sua obsessão para beber.
  Quando voltou para Nova Iorque, no fim do outono de 1934, Ebbie pensou logo em mim. Num dia gelado de novembro, ele apareceu. Logo ele estava me olhando do outro lado da mesa da nossa cozinha na Clinton Street 182, Brooklin, Nova Iorque. Da forma como eu me lembro de nossa conversa, ele constantemente usava frases como “eu descobri que não conseguia dirigir minha própria vida”; “eu tive que ser honesto comigo mesmo e com mais uma pessoa”; “eu tive que fazer reparações por danos que eu causei”; “eu tive que rezar, pedindo a Deus força e orientação, mesmo não tendo a certeza que existisse qualquer Deus”; “e depois que eu tentei com determinação fazer todas estas coisas, descobri que minha obsessão pelo álcool tinha desaparecido”. Depois, repetidas vezes Ebby, dizia uma coisa semelhante a: “Bill, não é nem um pouco como se eu tivesse embarcado no vagão de água. Você não combate o desejo de beber – você simplesmente se livra dele. Nunca tive antes um sentimento assim.”
  Este foi o somatório do que Ebbie extraiu dos seus amigos do Grupo Oxford e me transmitiu naquele dia. Apesar destas idéias simples não serem novas, elas certamente me atingiram como toneladas de tijolos. Hoje nós compreendemos o porque disto – um alcoólico falando para outro, como mais ninguém pode.
  Duas ou três semanas mais tarde, no dia 11 de dezembro, para ser mais exato, eu me internei no Charles B. Towns Hospital, aquele famoso empório de enxugamento alcoólico, no Central Park West, na cidade de Nova Iorque. Eu já havia estado lá antes, de modo que eu conhecia e gostava muito do médico de plantão – Dr. Silkworth. Foi ele que em breve iria contribuir com uma grande idéia, sem a qual AA nunca teria surgido. Há anos ele afirmava que alcoolismo era uma doença, uma obsessão da mente ligada a uma alergia do corpo. Agora eu sabia que isto era para mim. Eu também compreendia que combinação fatal estes dois fatores podiam representar. É claro que eu, em outras ocasiões, tive a esperança de estar incluído na pequena porcentagem de vítimas que volta e meia escapavam da sua vingança. Mas desta vez até esta esperança tinha ido embora, eu estava perto do fundo do poço. Aquele veredicto da ciência – a obsessão que me condenava a beber e a alergia que me condenava a morrer – estava próximo de fazer a mágica. Foi aí que a ciência médica, personificada por este pequeno e bom doutor, encaixou-se no conjunto. Esta dupla verdade, nas mãos de um alcoólico falando com outro, era como um martelo rompendo na profundidade a dura couraça do ego alcoólico, deixando-o bem aberto para a graça de Deus.
  É claro que no meu caso, foi o Dr.Silkworth quem usava a marreta, enquanto meu amigo Ebbie me transmitia os princípios espirituais e a graça que me trouxe o súbito despertar espiritual, no hospital, três dias mais tarde. Eu imediatamente percebi que era um homem livre. E com esta assombrosa experiência, veio um sentimento de magnífica certeza de que um dia, um grande número de alcoólicos poderiam se aproveitar deste presente sem preço, que me foi concedido.
  Neste ponto, uma terceira linha de influência entrou em minha vida, através das páginas do livro de William James, Variedades de Experiências Religiosas. Alguém o havia trazido para meu quarto no hospital. No período seguinte à minha súbita experiência, o Dr. Silkworth tentava firmemente me convencer de que eu não estava alucinando. Mas William James fez mais. Não só, dizia ele, experiências espirituais podem conduzir pessoas à sanidade, mas também podem transformar homens e mulheres, de modo que possam fazer, sentir e acreditar coisas que antes eram impossíveis para elas. Não importa se estes despertares forem súbitos ou que sejam graduais; sua variedade pode ser quase infinita. Mas a principal mensagem daquele livro, era que na maioria dos casos descritos, estas pessoas transformadas eram gente sem qualquer esperança. Em alguma área de suas vidas, elas tinham encontrado a derrota total. Bem, isto era eu. Em completa derrota, sem mais esperança ou fé em nada, eu apelei para um Poder Superior. Eu tinha feito o primeiro Passo no nosso atual programa de AA: “ admitimos que éramos impotentes perante o álcool – que tínhamos perdido o domínio sobre nossas vidas”. Também tinha feito o terceiro Passo: “decidimos entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidados de Deus, na forma em que O concebíamos”. Foi desta forma que eu fui libertado. Foi tão simples, como tão misterioso
  Estas realizações foram tão estimulantes, que imediatamente fui compartilhá-las com os Grupos Oxford. Porém, para consternação deles, eu insisti em me devotar exclusivamente aos bêbedos. Isto incomodou os Grupos Oxford de duas maneiras: primeiro, eles queriam ajudar a salvar o mundo inteiro; segundo, seu resultado com bêbedos tinha sido muito fraco. Na hora em que eu os procurei, eles tinham acabado de trabalhar com um bando de alcoólicos que os havia desapontado completamente. Havia rumores, que um deles havia arremessado seu sapato através de uma valiosa janela de cristal da igreja episcopal que ficava em frente à Central dos Grupos Oxford. De forma que eles não foram benevolentes diante de minhas constantes declarações, de que não iria demorar muito o dia em que todos os bêbedos do mundo iriam ficar a sóbrios. Na realidade, eles afirmaram que meu orgulho ainda era imenso.
  Após uns seis meses de violentas exortações para um bando de bêbedos, que eu encontrei próximos às missões assistenciais e ao Towns Hospital, parecia que os membros dos Grupos Oxford estavam certos. Eu não havia trazido ninguém à sobriedade. Em nossa casa no Brooklin, nós sempre tínhamos alguns bebedores morando conosco, número que às vezes chegava a cinco. Minha valente esposa, Lois, uma vez chegou em casa do trabalho e encontrou três deles bastante embriagados. Os dois restantes estavam pior, cambaleantes. Apesar de acontecimentos como estes, terem de alguma maneira reduzido meus ímpetos, na realidade eu nunca perdi a convicção de que existia um caminho para a sobriedade. Apesar de tudo, havia um intenso foco de luz. Meu padrinho Ebbie agarrava-se precariamente à sua recém-encontrada sobriedade.   Qual a razão para todos estes fiascos? Se Ebbie e eu conseguíamos ficar sóbrios, por que todos os outros não conseguiam também? Alguns com quem tínhamos trabalhado, certamente queriam ficar bem. Nós especulávamos noite e dia porque nada havia acontecido com eles. Talvez eles não conseguissem manter a paz espiritual dos Grupos Oxford, dos quatro absolutos, de honestidade, pureza, generosidade e amor. De fato, alguns alcoólicos diziam que este era o problema. A agressiva pressão sobre eles, fazia-os voar alto como os gansos durante algumas semanas e depois desabar pesadamente. Eles se queixavam também, de outra forma de coerção – alguma coisa que o Grupos Oxford chamavam de “guiar os outros”. Um time de membros não-alcoólicos do grupo sentava-se com algum alcoólico e depois de um “tempo quieto”, vinha com precisas instruções de como o alcóolico deveria passar a dirigir sua própria vida. Em que pese toda nossa gratidão para com nossos amigos dos Grupos Oxford, isto é duro de engolir. Tudo isto, por certo, tinha a ver com as persistentes derrapagens que estavam acontecendo.
  Mas esta não era a causa integral da nossa falha. Depois de meses, eu percebi que o problema estava principalmente em mim. Eu havia me tornado muito agressivo, muito dono da verdade. Eu falava muito da minha súbita experiência espiritual, como se fosse alguma coisa muito fora de série. Eu desempenhava o duplo papel de professor e pregador. Nas minhas exortações, eu me esquecia completamente do lado médico da nossa doença e negligenciava o aspecto da necessidade de profunda deflação do ego, tão enfatizado por William James. Nós não estávamos usando a marreta médica, que o Dr.Silkworth tão providencialmente nos havia dado.
  Finalmente, um dia o Dr.Silkworth me trouxe de volta para meu real tamanho. Ele disse: “Bill, porque você não para de falar tanto sobre aquela sua luminosa experiência brilhante? Parece tão louco! Embora eu esteja convencido que somente uma ética melhor possa realmente ajudar os alcoólicos, eu acho que você está colocando o carro adiante dos bois. O fato é que alcoólicos não vão aceitar estas exortações morais, antes de se convencerem de que é necessário. Se eu fosse você, eu os abordaria primeiro com uma base médica. Apesar de nunca me ter trazido qualquer benefício o lhes contar como é fatal a doença que eles tem, pode ser uma história muito diferente se você, um ex-bebedor sem esperança, dê a eles estas más notícias. Devido à identificação que você naturalmente tem com alcoólicos, talvez você penetre aonde eu não consigo chegar. Conte-lhes primeiro a parte médica da coisa e faça-o com ênfase. Talvez isto os amoleça, a ponto de aceitarem os princípios que realmente vão lhes fazer bem”.
  Logo após esta histórica conversa, eu estava em Akron, Ohio, envolvido em um empreendimento comercial que não deu certo. Sozinho na cidade, eu escava morrendo de medo de ficar bêbedo. Eu não era mais um professor ou pregador, eu era um alcoólico que precisava de outro alcoólico, tanto quanto ele talvez estivesse precisando de mim. Pressionado desta maneira, logo eu estava face-a-face com  Dr.Bob. De imediato, ficou claro que o Dr.Bob sabia mais sobre coisas espirituais, do que eu. Ele também havia estado em contato com as pessoas do grupo Oxford, em Akron. Mas de alguma forma, ele simplesmente não conseguia ficar sóbrio. Seguindo o conselho do Dr.Silkworth, eu fiz uso do martelo médico. Eu lhe contei o que era o alcoolismo e como podia ser fatal. Aparentemente, isto fez acontecer algo dentro do Dr.Bob. Em 10 de junho de 1935 ele ficou sóbrio, nunca mais bebeu. Quando, em 1939, a história do Dr.Bob apareceu pela primeira vez, no livroAlcoólicos Anônimos, ele colocou um dos parágrafos em itálico. Falando comigo, ele me disse: “Muito mais importante foi o fato dele ser o primeiro ser vivo com quem falei, que conhecia o que falava sobre alcoolismo a partir de uma experiência pessoal”.  Dr. Silkworth na verdade forneceu o elo que faltava, sem o qual a seqüência de princípios hoje reunida nos nossos 12 Passos nunca poderia ter sido completada. Naquele lugar e naquele momento, aconteceu a centelha daquilo que um dia viria a ser Alcoólicos Anônimos.
  Durante os três primeiros anos que se seguiram à recuperação do Dr.Bob, nossos três grupos pioneiros em Akron, Nova Iorque e Cleveland cresceram e evoluíram com o assim chamado programa verbal, transmitido oralmente. Quando começamos a formar uma sociedade separada dos Grupos Oxford, começamos a formular nossos princípios mais ou menos assim:
   1.- Admitimos sermos impotentes perante o álcool.
   2.- Passamos a ser honestos conosco mesmos.
   3.- Passamos a ser honestos com outra pessoa, em confiança.
   4.- Fizemos reparações por danos causados a outros.
   5.- Trabalhamos com outros alcoólicos, sem visar prestígio ou dinheiro.
   6.- Oramos a Deus, para que nos ajudasse a fazer estas coisas da melhor maneira que nos fosse possível.
   Apesar destes princípios serem apregoados de acordo com a veneta e os gostos de cada um de nós, apesar de que em Akron e Cleveland eles ainda estivessem aferrados aos quatro absolutos dos Grupos Oxford de honestidade, pureza, altruísmo e amor, esta era a mensagem para qualquer alcoólico ingressante até 1939, quando foram escritos os nossos 12 Passos.
  Eu lembro bem da noite em que os 12 Passos foram escritos. Eu estava na cama, bastante desanimado, sofrendo uma das minhas imaginárias crises de úlcera. Quatro capítulos do livro Alcoólicos Anônimos havia sido rascunhado e lido em reuniões em Akron e Nova Iorque. Rapidamente descobrimos que cada um de nós queria ser um autor. As discussões sobre o que deveria entrar no nosso novo livro foram terríveis. Por exemplo, alguns queriam um livro puramente psicológico, cujo conteúdo penetrasse nos alcoólicos, sem assustá-los. Sobre o “assunto de Deus”, poderíamos deixar para lhes contar mais tarde. Alguns poucos, liderados pelo nosso maravilhoso amigo sulista Fitz M., queriam um livro bastante religioso, recheado de alguns dos dogmas colhidos junto às igrejas e instituições missionárias que haviam tentado nos ajudar. Quanto mais barulhentos estes argumentos, mais eu tendia para um meio-termo. Parecia até que eu não seria o autor do livro. Eu iria ser apenas um árbitro para decidir sobre o conteúdo dele. Isto não quer dizer que não houvesse um enorme entusiasmo pelo projeto. Cada um de nós estava tremendamente excitado pela possibilidade de receber nossa mensagem antes daqueles incontáveis alcoólicos que ainda não sabiam de nada.
  Tendo chegado ao capítulo quinto, parece que estava mais do que na hora de definir o que era na realidade nosso programa. Eu me lembro que passavam pela minha cabeça todas as palavras e frases que então se usavam. Juntando tudo, resultou nas seis que foram descritas acima. Depois surgiu a idéia, que nosso programa deveria ser descrito de forma mais definida e clara. Leitores distantes teriam assim uma série de princípios mais precisos. Conhecendo a habilidade dos alcoólicos em racionalizar, era preciso escrever algo incontestável. Não poderíamos deixar o leitor interpretar o que quisesse. Além disso, afirmativas mais completas iriam nos ajudar nos capítulos subsequentes, onde teríamos que mostrar exatamente como o programa de recuperação deveria ser feito.
  Comecei a escrever ao comprido numa bandeja amarela, destas bem baratas. Eu dividi o nosso programa verbal em pedaços menores, enquanto aumentava consideravelmente suas metas. Sem inspiração, como eu me sentia, fiquei surpreso em reunir em um curto espaço de tempo, talvez uma meia hora, um certo número de princípios, que ao serem contados, mostraram serem doze. E por alguma razão inescrutável, eu havia movimentado a idéia de Deus para o segundo Passo, bem lá na frente. Alem disso, eu citei Deus de forma muito liberal no meio dos demais Passos. Em um deles, eu até sugeri que o ingressante ficasse de joelhos.
  Quando este documento foi mostrado na nossa reunião de Nova Iorque, os protestos foram muitos e ruidosos. Nossos amigos agnósticos não aceitaram de modo algum a idéia de se ajoelhar. Outros disseram que estávamos falando demais em Deus. E de qualquer forma, porque doze Passos, ase nós só havíamos feito 5 ou 6? Vamos deixar isto continuar simples, disseram eles.
  Este tipo de discussão acalorada durou dias e noites. Mas dela resultou um gol para Alcoólicos Anônimos. Nosso contingente agnóstico, representado por Hank P. e Jim B., finalmente nos convenceu de que deveríamos facilitar as coisas para pessoas como eles, usando termos como um “Poder Superior” ou “Deus como o concebemos”. Estas expressões, que nós hoje conhecemos tão bem, demonstraram serem salvadoras da vida de muitos alcoólicos. Elas permitiram que milhares de nós iniciássemos  um programa, que não seria possível começar se tivéssemos deixado os Passos como eu os escrevi originalmente. Felizmente não houve mais outras mudanças no esboço original e o número de Passos continua sendo doze. Não podíamos imaginar que nossos 12 Passos fossem tão rápida e universalmente aprovados por clérigos de todas as religiões e até por nossos futuros amigos, os psiquiatras.

                              
Este pequeno fragmento de história deverá convencer até os mais céticos, que ninguém inventou Alcoólicos Anônimos.
                                                 AA apenas cresceu – pela graça de Deus.

Estou em treinamento e apaixonei-me. Passo-passo da TC

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Terapia Comunitária Um espaço de inclusão para pessoas desamparadas
Coordenadora Geral: Dirce de Assis Rudge
Voluntários: Janete Guide de Lima, Iraci de Fátima Consolaro, Luciana Vicente, Lívia Lopes de Oliveira, Luci, Karina Nocera. 
 
Histórico  
 A Terapia Comunitária foi criada há 19 anos pelo Prof Adalberto Barreto, da Universidade Federal do Ceará, como uma alternativa para aliviar o sofrimento da população desamparada de uma favela em Fortaleza. Teólogo pela Univ.  Sto Thomaz de Aquino in urbis, Roma e  Universidade Católica de Lyon, França, doutor em antropologia, Universidade de Lyon, doutor em Psiquiatria também na França, partiu de sua impotência frente a tanto sofrimento com a idéia de que o povo tem o sofrimento e também as respostas para esse sofrimento. É preciso mobilizar e autorizar ajudando-o a validar os seus conhecimentos ancestrais indígenas, africanos, orientais e europeus, elementos da cultura local: músicas, ditados populares, orações, que tem a propriedade de atingir diretamente a emoção das pessoas e possibilitar a mudança mais rapidamente. São empregados diversos códigos culturais de acesso à emoção, visando a mudança: o lingüístico, o auditivo, o sagrado, o lúdico.
A troca de experiências entre os participantes é encorajada, trazendo  à tona competências variadas e soluções criativas para as situações que trazem sofrimento no dia a dia e que o sistema público não dá conta.
A inovação em seu método é a inclusão e validação do saber popular sem invalidar ou desmerecer o saber acadêmico, trazendo para a terapia o arsenal de variados códigos culturais que não são acessados na terapia tradicional.
O foco de atuação é a auto-estima e o reforço de habilidades e competências numa conversa mobilizadora onde o terapeuta é um facilitador das trocas entre os pacientes, que foca o que cada um tem, não o que falta. A competência e auto-estima são trazidos à tona pela técnica e regras empregadas. A idéia é reforçar o que é bom, a parte saudável de cada um, para que cresça, lembrando que cada um tem o problema e a solução em si mesmos. As perguntas são utilizadas para esclarecer e mobilizar. O terapeuta não é o cuidador que tem todas as respostas - todos são cuidadores no   processo que facilita a inclusão e a solidariedade.
A técnica é simples e pode ser utilizada por pessoas treinadas sem formação acadêmica, sendo então uma maneira de se popularizar e disseminar esse novo modo de conversação, formando multiplicadores. Outra característica é a facilidade de uso em variados tipos de locais: ambulatórios, salas de espera, praças, casas, igrejas, salões e a possibilidade de incluir no mesmo processo um número variado de pessoas, de muito poucas até algumas centenas, de variados níveis sócio-culturais, idades diferentes, ambos os sexos. Temos conhecimento de terapias realizadas com sucesso em grupos de 400 indivíduos e outros de 2 ou 3. Tem sido criados grupos específicos : de jovens, de patologias específicas: dependentes químicos, portadores do HIV e de  idosos, porém funciona muito bem em grupos mistos.
A terapia comunitária tem a capacidade de mobilizar o sistema familiar e social gerando um movimento rumo à independência e autonomia individual, onde o comportamento intoxicado não cabe mais.
1. A terapia comunitária apresenta uma mudança de paradigma na maneira de lidar com o sofrimento – o saber popular é associado ao saber científico em benefício do paciente. Músicas, ditados populares, chás, ungüentos, orações, técnicas curativas dos nossos caboclos, são respeitados, ajudando o paciente a valorizar a sua cultura e acreditar em si mesmo.
2. O emprego da terapia comunitária em três grupos distintos: um grupo geral, um grupo voltado para alcoolistas, drogaditos e familiares e outro de crianças, oferecendo à mesma população uma ampla cobertura, com o amparo simultâneo da família e dos indivíduos desde a infância, focando um problema – dependência química – que aflige e é causa de enorme sofrimento nas famílias e de graves distúrbios e perdas sociais.
3. Terapia Comunitária com crianças – objetivando fazê-las crescer com outra perspectiva de vida, tratando de suas emoções desencontradas em relação à desestruturação familiar, violência e abandono, ocasionados pelo alcoolismo, drogadição e a conseqüente exclusão social. 
A Terapia Comunitária contempla os seguintes benefícios:
 1. Trata-se de técnica eficiente para alívio do sofrimento no curto prazo.
 2. Reforça a identidade pessoal e comunitária.
 3. Melhora rapidamente a auto-estima, facilitando a retomada do controle da vida.
 4. Facilita a formação de redes sociais.
 5. Pode ser aplicada por agentes treinados, sem necessidade de formação acadêmica.
 6. É passível de associação com outras técnicas de tratamento.
 7. Pode acolher um grande número de pessoas ao mesmo tempo.
 8. É o modo mais eficiente que conheço para lidar com alcoolismo, drogadição e codependência.
 9. É atraente por usar música e técnicas de relaxamento.
 10. Tem custo reduzido, por dispensar aparatos, podendo ser realizada em qualquer espaço, desde residências, igrejas, associações as mais diversas e até em praças públicas. 
COMO FUNCIONA 
A terapia comunitária é um tratamento em grupo, realizado em sessões semanais, com duração de 90 a 120 minutos. Coordenado por um terapeuta e um co-terapeuta.
É dividida em seis fases:
 1. Acolhimento
 2. Escolha do tema
 3. Contextualização
 4. Problematização
 5. Rituais de agregação e conotação positiva
 6. Encerramento 
Sentados em uma roda, ou mais de uma, concêntricas, quando o número de pessoas é muito grande, o co-terapeuta dá as boas-vindas, apresenta a terapia aos participantes, explica as suas fases e pergunta pelos aniversariantes, que são homenageados com música pertinente. Lembra as regras: silêncio, não criticar, não julgar, não dar conselho, falar na primeira pessoa, cantar uma canção, declamar um poema, fazer uma oração, lembrar um ditado popular, relacionado com o que está sendo dito.
Em seguida, propõe uma atividade lúdica, após a qual, todos se sentam e a palavra é passada para o coordenador da sessão.
Nessa fase as pessoas são encorajadas a falar brevemente de seus problemas e atribulações com frases do tipo: quando a boca fala o corpo sara, e são levantados os problemas – de 3 a 5, dependendo do número de participantes. Em seguida, o grupo irá escolher, por votação democrática, qual dos assuntos trazidos quer aprofundar. Escolhido o tema, o protagonista terá 10 minutos para discorrer sobre o seu problema e, em seguida, todos poderão participar, fazendo perguntas para entender o seu sofrimento.
Depois de cerca de 20 minutos, o coordenador encerra essa fase e traduz o assunto trazido num mote que é colocado para o grupo: quem já passou por algo semelhante e o que fez para resolver? A partir das colocações e das respostas, o coordenador irá focar na competência das pessoas: como a sra. fez pra sair desse problema? Onde arrumou forças para enfrentar tal questão? Com quem aprendeu a agir com tanta sabedoria?
Após essa fase o grupo fica em pé, formando uma roda num ritual de agregação, que pode conter uma música, uma poesia ou o que for sugerido por um dos presentes, e todos são instados a falar o que vão levar para casa dessa reunião. Ao final, canta-se uma música popular ou hino de igreja, sugeridos por um dos participantes e encerra-se a sessão.
Adaptação da técnica para crianças em idade escolar 
Sessões semanais de 60 a 90 min de duração, seguidas de expressão artística.
A técnica é a mesma, com as crianças sentando-se em círculo no chão e lembrando as regras. Em seguida, faz-se uma brincadeira, sugerida por elas mesmas e, depois, sentadas, elas são encorajadas a falar de seus problemas, das coisas que as incomodam. Em algumas sessões trago pronta uma sugestão: vamos falar de medo. Eu tenho medo do quê? Ou: hoje vamos falar da raiva: eu tenho raiva do quê? Eu fico chateado com o quê?
Procuro sempre fazer circular as perguntas, de maneira a dar possibilidade de todos se expressarem. Da mesma maneira que com os adultos, procuro fazê-los expressarem as suas competências para lidar com as situações trazidas, criando um ambiente de cooperação e troca. Os rituais são os mesmos que fazemos para os adultos, um pouco mais rápidos e, ao final, encerramos sempre perguntando o que eu aprendi hoje? Após o encerramento dessa parte, passamos para a expressão artística, com desenhos, colagens ou trabalhos com argila ou massa.

Mestre querida...estou em formação TC e tenho oa honra em tê-la como mestre

Dra. Dirce de Assis Rudge

Formada pela UNICAMP em 1.975, fez especialização em Gastroenterologia e Medicina Psicossomática no IGESP com o Professor José Fernandes Pontes.
 Na Secretaria da Saúde do Município de São Paulo foi preceptora de residentes no Hospital Municipal Dr Carmino Caricchio, sendo atualmente médica clínica da Unidade Básica de Saúde Marcilio Malta Cardoso, após ter passado pelo Gabinete do Secretário da Saúde e Centro para Organização de Atenção à Saúde - COAS. É também formada pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo e pela Faculdade de Saúde Pública de São Paulo, onde cursou Saúde Pública e Direito Sanitário. Fez o curso de Terapia Familiar instituído por "Sistemas Humanos" de São Paulo e Terapia Comunitária com o Prof Adalberto Barreto, da Universidade Federal do Ceará.
 Fez especialização em Dependência Química na UNIAD - UNIFESP em 1.999 e foi a fundadora da Associação Espaço Comunitário Comenius.
 Foi agraciada com o Prêmio Doutor Cidadão 2.005 da Associação Paulista de Medicina e nesse mesmo ano lançou o livro "A Porta dos Fundos" , um retrato da sua vida e da sua personalidade. Em 07/12/06 foi-lhe outorgado o título de Cidadã Paulistana pela Câmara Municipal de São Paulo.
 É Vice Presidente da Associação Brasileira de Medicina Psicossomática - ABMP, regional SP.

                             
Contato:           dirassis@terra.com.br

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Diferença entre Ética e Deontologia

Ètica é o domínio da filosofia que tem por objetivo o juízo de apreciação que distingue o bem e o mal, o comportamento correto e o incorreto. 
Deontologia é o tratado do dever ou o conjunto de deveres, princípios e normas adaptadas por um determinado grupo profissional. 




"A deontologia é uma disciplina da ética especial adaptada ao exercício da uma profissão."